O aprendizado de máquina e o design generativo estão moldando profundamente a vida moderna. Uma crítica central à importância e ao avanço da inteligência artificial, especialmente no contexto da arquitetura, é a capacidade de uma máquina projetar, assim como o medo resultante de que os serviços profissionais possam ser limitados. À medida que as cidades continuam se desenvolvendo, novas ferramentas surgem para ajudar a visualizar e criar o ambiente construído. Como os arquitetos podem adotar o design generativo para reimaginar modelos de sustentabilidade, práticas inclusivas e novas estéticas?
Como ferramentas por si só, a inteligência artificial e o aprendizado de máquina apresentam diversas possibilidades para repensar os fluxos de trabalho tradicionais. Hoje, os dados e códigos de construção estão se tornando mais acessíveis. Como resultado, proprietários e desenvolvedores podem inserir suas preferências e um design otimizado é produzido. Uma startup chegou ao ponto de dizer que eles podem “dar a você a casa que você quer sem contratar um arquiteto”. Por trás dessas ideias estão tecnologias e algoritmos de design generativo que moldam a forma como vivemos e trabalhamos.
A inteligência artificial é definida como a teoria e o desenvolvimento de sistemas de computador para realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana. O termo é frequentemente aplicado à capacidade de uma máquina ou sistema de raciocinar, descobrir significado, generalizar ou aprender com experiências passadas. Hoje, a IA já utiliza algoritmos para sugerir o que devemos ver, ler e ouvir, e esses sistemas se estenderam a tarefas cotidianas, como rotas de viagem sugeridas, voo autônomo, agricultura otimizada, cadeias de armazenamento de suprimentos e logística. Em suma, já estamos sentindo os efeitos da adoção da IA, inclusive por meio da arquitetura.
Stanislas Chaillou, designer e bolsista da Fulbright, criou um projeto em Harvard utilizando aprendizado de máquina para explorar o futuro do design generativo, tendência e estilo arquitetônico. Enquanto estudava IA e sua potencial integração na prática arquitetônica, Chaillou construiu toda uma metodologia de geração usando Redes Neurais Adversariais Generativas (GANs). O projeto de Chaillou investiga o futuro da IA através do aprendizado de estilo arquitetônico, e seu trabalho ilustra o impacto do estilo na composição das plantas baixas. O trabalho de Chaillou mostra como um algoritmo está diretamente relacionado ao design, e como ele possui características próprias.
Como a IA está ampliando o design, os arquitetos estão trabalhando para explorar o futuro da estética e como podemos melhorar o processo de design. “Os algoritmos podem otimizar os critérios de desempenho enquanto apresentam uma variedade estonteante de formas e padrões visuais”, escreveu o diretor da Johnson Fain, Scott Johnson. Cada vez mais, as máquinas estão projetando a si mesmas, seja por meio de hardware, software ou periféricos. Em um artigo do ano passado de James Vincent no TheVerge.com, Vincent afirma que o Google está usando aprendizado de máquina para ajudar a projetar sua próxima geração de chips de aprendizado de máquina. Os designs do algoritmo são “comparáveis ou superiores” aos criados por humanos, dizem os engenheiros do Google, mas podem ser gerados muito, muito mais rápido.
Até 2050, os efeitos da adoção da IA serão sentidos em todos os aspectos de nossas vidas diárias. À medida que o mundo enfrenta vários desafios urgentes e complexos, da crise climática à habitação, o design generativo fornece estruturas para repensar o estilo, a estética e a beleza. Agora podemos imaginar novos processos criativos e sociais e, com sorte, trabalhar com aprendizado de máquina para estabelecer as bases para uma nova estética.
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